Simoni Casagrande Dal´Col
Professora universitária dos cursos de Administração e Ciências Contábeis da FAACZ - Faculdades Integradas de Aracruz.
e-mail: simoni.casagrande@hotmail.com
A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás; mas só pode ser vivida olhando-se para frente.
Essa frase demonstra de forma objetiva, a necessidade das empresas de todas as categorias buscarem alternativas eficazes e em tempo real para reter talentos, principalmente com o mercado cada vez mais competitivo.
A busca desenfreada por profissionais cada vez mais criativos e capazes de desempenhar funções estratégicas dentro das organizações se tornou, atualmente, o principal objetivo da área de Recursos Humanos, tendo em vista que inovação tornou-se um pré-requisito para o meio empresarial.
A grande maioria das empresas vêm adotando ações voltadas para a remuneração e um plano eficaz que pode ser traçado a fim de permanecer com os talentos adquiridos e posteriormente treinados.
Já foi comprovado através de pesquisas que as pessoas felizes, que são apaixonadas por suas profissões, que trabalham naquilo que gostam e que se sentem reconhecidas, adotam a postura de proatividade em seus desafios, e acabam produzindo muito mais em termos de desempenho.
A pergunta que não quer calar: o que é um talento? E como diferenciar os profissionais de alto desempenho dos outros colaboradores medianos, sem parecer injusto ou gerar possíveis intrigas na organização?
Parece difícil responder a questão acima, mas não é. O talento é aquele que traduz um mix de competências técnicas e comportamentais, ou seja, é aquele profissional que possui uma capacidade de adaptação rápida e flexível, além de atuar profissionalmente, demonstrando interesse pelo trabalho de um modo geral e pelo sucesso da organização, em outras palavras um profissional plural e de impacto.
Existem dois aspectos que podem influenciar de forma positiva ou não a performance do profissional atual, que são a motivação extrínseca e a intrínseca, porém a segunda mostra um efeito mais efetivo na satisfação do indivíduo e determina a sua trajetória profissional dentro da empresa.
Profissionais felizes e “com gás”, ou seja, os motivados e de sucesso, geralmente estão felizes consigo mesmo e com a organização.
Percebe-se que um desejo comum a todas as organizações e que está ganhando cada vez mais atenção nos últimos tempos é a chamada retenção de talentos. O tema tem sido destaque e porque não o sonho de consumo e, ao mesmo tempo, o pesadelo de muitos gestores, desde o início do apagão de talentos.
A retenção de talentos é caracterizada como uma dificuldade em todas as empresas, independentemente do seu porte, pois pessoas tendem a ficar mais tempo trabalhando nas melhores empresas e que despertam mais motivação, o que torna-se uma grande vantagem competitiva no mercado.
Mudar o estilo de gestão não é nada fácil; a transformação não acontece da noite para o dia, e os colaboradores, na maioria das vezes, reclamam que os líderes demonstram resistência em adotar novos princípios. Os gestores usam a Carta de Valores na hora de cobrar, mas pouco a adotam no dia a dia.
Não perder talentos para a concorrência, com certeza é a prioridade número um e que ocupa o topo da lista de preocupações dos departamentos de recursos humanos das empresas.
Para reter talentos, a empresa deve se antecipar e fixar sua política enquanto os ventos são favoráveis: oferecer perspectivas de autorrealização e crescimento na própria organização, ações como esta inibirão a debandada do pessoal. E quem lidera ou é destaque, deve ficar atento, pois os profissionais talentosos estão sendo alvo da cobiça dos concorrentes.
É importante lembrar que o talento é algo inato e adquirido, ou seja, é a capacidade que todo indivíduo possui, mas que dependente de ser aperfeiçoado e lapidado. E para despontar como talento torna-se necessário responder algumas indagações internas, além da competência técnica e comportamental: Como anda seu coração? Como anda a sua motivação? Quais as suas aspirações profissionais?
Essas indagações servem como estopim para que cada profissional possa aliviar o peso de suas frustrações, suas decepções e limitações, ou seja, os desafios alimentam a alma, e aumentam a nossa sede de crescimento.
Diante dessas constatações, pode-se afirmar que o desenvolvimento de talentos já não é mais uma diferenciação e sim uma questão de sobrevivência organizacional, mas o mais importante não é reter os talentos, mas também atraí-los.
Finalizo este artigo com a seguinte frase: “Não há motivos para ação se não existir felicidade no coração!!!”
CHIAVENATO, Idalberto. Gerenciando pessoas: o passo decisivo para a administração participativa. São Paulo: Makron Books, 1992.
KANAANE, R. Comportamento humano nas organizações: o homem rumo ao século XXI. São Paulo: Atlas, 1999.
WAGNER III J. A. & HOLLENBECK J. R. Comportamento organizacional: criando vantagem competitiva. São Paulo: Saraiva, 2000.