Há pessoas que por medo de vender discriminam a profissão, ao invés de aprender.
Outras, entendendo a real importância da atividade comercial, dão o melhor de si e têm sucesso. E há aquelas que se livram do desemprego com um artifício inteligente. Vendendo produtos que as colocam em contato com empresas nas quais desejam trabalhar.
Leais e éticas, desempenham com competência suas funções e despertam o interesse dos clientes em tê-las no seu time. Simples assim.
Eu questiono, - por que vendas assusta tanto, se até para as crianças é fácil e rápido aprender?
Nos tempos de “calça curta” eu “dava nó em pingo d’água”, para aumentar a mesada que recebia dos meus pais. É que em se tratando de coleções de figurinhas, bolinhas de gude, cinema, sorvetes e passeios, o dinheiro sumia rápido demais para o meu gosto.
A solução foi vender jornais velhos e sorvetes. Aqueles para os comerciantes do mercado municipal embrulhar peixes e frutas, e estes para a satisfação das pessoas nas ruas.
Acontece que eu era tremendamente tímido, e vender exigia doses enormes de sacrifício.
Então, criei um método para superar isso e obter resultados rapidamente.
A base do meu método era o tripé formado pelas palavras, desejos, produtos e necessidades.
Explico: os desejos eram os meus, de criança sadia; os produtos, aqueles escolhidos por mim, jornais velhos e picolés de um bar da vizinhança; e por fim, as necessidades que tinham os comerciantes do mercado municipal e as pessoas em geral.
Lembro-me também, que aplicava estes elementos em duas sequências distintas, conforme o resultado pretendido.
Para ficar motivado o suficiente, a ponto de vencer minha timidez e ir vender, a fórmula era: Desejo -> Produto -> Necessidade.
Diante dos clientes a ordem tinha que ser invertida: Necessidade -> Produto -> Desejo, porque para efetivar negócio, quem precisava estar motivado eram eles.
Mirei os comerciantes como alvo preferencial. Pois, quando vendiam acima da média não pechinchavam muito e decidiam rápido porque necessitavam do jornal para os embrulhos.
Mas nem sempre era assim, e tinha a concorrência, aí é que entravam os sorvetes. Os melhores da cidade, dizia eu, aos gritos.
Desnecessário dizer que naquela época eu não pensava em vender profissionalmente, ou tornar-me um consultor, instrutor e palestrante dessa matéria. Tudo o que almejava era obter o dinheirinho extra para as brincadeiras e guloseimas, e me divertir a valer.
Sempre funcionou bem. E, aos 10 anos de idade eu não imaginava que os melhores benefícios ainda estavam por vir.
O tempo passou, outras experiências aconteceram e lá estava eu, aplicando o método da venda rápida e fácil, novamente.
Eu queria muito (desejo) ser contratado para o emprego que meu amigo indicara, analista de Sistemas em uma importante empresa. Mas nem sabia ao certo o que fazia tal profissional. E a entrevista estava agendada para o dia seguinte.
Investiguei o quanto pude e descobri o que esperavam (necessidade) da pessoa contratada.
Soube também que receberia treinamento técnico de A a Z. O que me incentivou ainda mais. E, sendo que o “meu padrinho” era bem conceituado na empresa, bastaria vender bem o “peixe” e eu estaria encaminhado.
O produto nesse caso era eu mesmo, ou seja, o meu “jogo de cintura”, iniciativa, comunicação e empatia. Características importantes em vendas e em tudo mais.
Na Biblioteca Pública, complementei a pesquisa sobre análise de sistemas. E para afugentar o medo caprichei na primeira parte da fórmula, a mesma dos tempos de infância. Sentindo-me pronto para encarar o futuro chefe, utilizando a segunda etapa do método. Funcionou de novo.
É claro que um verdadeiro profissional deve se aprofundar no estudo completo da arte que é vender, e também manter-se atualizado, como nas demais profissões.
Foi o que iniciei alguns anos depois, quando fui para outra cidade programar computadores.
Era o início da era dos micros e os vendedores locais não conseguiam vender a novidade.
Antes que a falta de vendas vitimasse o meu emprego, negociei com o patrão. Assumir as vendas e programar seria a solução.
Tal como antes, a timidez, o medo e a insegurança me assaltaram. Mas apliquei a fórmula conhecida, investi na nova carreira, segui aprendendo e não parei mais. Venci. E você pode vencer também.
Roberto Vieira Ribeiro, Administrador de Empresas com Especialização em Informática.
Neurolinguísta e Pós-Graduado em Marketing. Palestrante, Consultor, Instrutor e diretor da Motivação e Resultados, que atua em Consultoria de Vendas, Desenvolvimento, Reformulação e Implantação de Programas de Treinamento Pré-Comportamental, Comportamental e Técnicos, para todos os níveis das empresas.
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