Por Gustavo de Biase
Uma justificativa comumente utilizada para afirmar os benefícios gerados pela implantação de grandes projetos industriais, logísticos ou comerciais é a geração de empregos no local em que esses são implantados. Nos relatórios de impacto são apontadas alterações ambientais e socioculturais, mas como essas são contrapostas por alegados benefícios de criação de postos de trabalho e aumento de circulação monetária.
No entanto, algumas perguntas relevantes para o cotidiano da população do local em que se alocam os empreendimentos nem sempre são respondidas: Quem vai ocupar os empregos gerados? Qual será o impacto na vida dos habitantes? Quais as garantias de, no mínimo, manutenção de qualidade de vida, a população mais antiga do local terá? As atividades tradicionais do local, como a pesca e a agricultura, serão afetadas?
Fazer tais perguntas e cobrar respostas, questionar se os benefícios, supostamente, criados valem os impactos ambientais e a alteração da vida dos que residem nos locais de implantação desses grandes projetos não significa colocar-se contra o crescimento econômico, a industrialização ou a geração de emprego. Significa sim, ter em mente que o mais relevante de qualquer projeto são, as pessoas, as famílias nele envolvidas. Significa colocar sempre o ser humano e sua dignidade como centro inafastável de qualquer projeto.
Foto: Assessoria de Comunicação/Iema