A Universidade norte-americana University of Southern California desenvolveu e está testando uma impressora 3D enorme capaz de erguer as paredes de uma casa inteira em um período de 24 horas. Trabalhando com concreto, o dispositivo pode produzir uma moradia tomando como base padrões definidos em um computador.
“É basicamente aumentar a impressão 3D para a escala de uma construção”, explica o professor Behrokh Khoshnevis, responsável pela construção do robô gigante que substitui operários convencionais. Batizada de “Contour Crafting”, a tecnologia tem o potencial de revolucionar a indústria da construção civil — isso é, caso ela consiga se tornar comercialmente viável, pois até o momento as Impressoras 3D têm um valor ainda salgado – por enquanto.
A intenção da invenção é cortar os custos necessários para erguer casas, o que possibilitaria que diversas pessoas de baixa renda finalmente possam obter moradias de qualidade. Além disso, a velocidade do dispositivo o torna especialmente interessante para zonas que sofreram com desastres naturais e que precisam passar por um processo rápido de reconstrução.
Solucionando problemas: “No início do século XXI, quase 1 bilhão de pessoas depende de favelas para se abrigar”, afirma Khoshnevis. “Essas construções são ninhos para doenças causadas por problemas inatos às construções convencionais, que dependem de um processo de trabalho lento, intenso e ineficiente”, comenta.
O professor ainda afirma que o sistema tem o potencial de construir prédios, já que sua estrutura pode ser movida conforme o processo avança. Além disso, ele garante que não é preciso se preocupar em ter que lidar com casas todas iguais, já que o Contour Crafting possibilita atitudes como a criação de paredes curvas ou a adição de detalhes arquitetônicos exóticos que normalmente resultariam em custos de produção bastante altos, nos casos convencionais.
Projeto em desenvolvimento: Vencedora do prêmio de umas das melhores invenções do ano de 2005, concedido pelo National Inventors Hall of Fame, a iniciativa ainda está passando por um processo de testes para garantir seu funcionamento adequado. Atualmente, a pesquisa é financiada pela NASA e pelo Cal-Earth Institute, tendo como foco o estudo de estruturas civis modernas e as possibilidades de erguer construções em locais como a Lua.
“Essa tecnologia é como uma pedra que carregamos até o topo de uma colina”, explica Khoshnevis. “Agora, basta um único pequeno empurrão para que essa ideia comece a rolar sozinha e ganhe ritmo”, finaliza.